O rio Guajarauna, no município de Mojú e localizado no nordeste do Pará, foi o cenário da identidade e libertação para a pequena Carmen, filha de Joana Ferreira da Silva, que disse à sua filha que, para aprender a ler e escrever, a menina tinha que primeiro saber nadar. Na famosa capital mundial do açaí, a pequena Carmen enfrentou bravamente os desafios no trabalho no campo para colaborar com o sustento de sua família, após a morte do pai, que deixou seis filhos pequenos num povoado ribeirinho.
Sua trajetória foi construída com coragem, luta e defesa das mulheres do campo e, nesse contexto, foi ocupado um espaço na época em que as mulheres não o alcançavam. O espírito de liderança prevaleceu desde jovem, nos anos 90, e foi no no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Igarapé-Miri, município do Pará, que a jovem ribeirinha ocupou seu espaço em meio a um cenário formado apenas por homens. Na Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado do Pará, foi Secretária das Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais – CONTAG. Foi a primeira mulher a ser Secretária-Geralmente Central Única dos Trabalhadores, a CUT. E responsável por realizar um dos movimentos mais importantes do Brasil: a Marcha das Margaridas, nome especial para as mulheres do campo, floresta e das águas que ocupam anualmente o Planalto Central distribuindo sorrisos, flores e esperança. O objetivo do movimento é mostrar o verdadeiro valor das mulheres do campo, o que com frequência chama atenção da imprensa mundial.
Em 2023, quando foi criado o Ministério das Mulheres do Governo do presidente Lula, Carmen foi convidada pelo próprio para assumir da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, uma pasta de tamanha grandiosidade para essa amazônida de apenas 1,50m de altura. Com muita determinação e coragem, Carmen encara um pequeno orçamento de 10 milhões de reais, transformando o seu trabalho num universo gigante de oportunidades para as mulheres de todo o país. Ela diz que sua missão é fortalecer as secretarias estaduais e municipais de políticas para as mulheres, alinhando a dignidade, a transformação e o reconhecimento da mulher no mercado de trabalho.
Essa gigante encara com a cabeça erguida discussões na Organização das Nações Unidas – ONU, na COP de 2023, em Dubai, e representa o Brasil e o Ministério das Mulheres em reuniões sobre a COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025, e em Bonn, na Alemanha, que ocorreu em junho deste ano.
“Trilhar este caminho em prol das mulheres brasileiras no Governo Lula é uma honra para uma mulher amazônida que acredita nesse país e no poder de transformação da mulher pelo mundo. Me inspiro em grandes mulheres como a minha mãe, Joana, a deputada Benedita da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e Michelle Obama. Todas mulheres que fazem desse cenário um orgulho em sermos mulheres.”
E ela não para por aí. Carmen Foro tem muito o que fazer nesse Brasil afora. Seu grande sonho é eliminar a prostituição infantil, ver mais mulheres sorrindo, acabar com a diferença laboral e salarial entre mulheres e homens, além de fortalecer as mulheres pretas nos espaços de poder e decisão.
E é justamente nesse Brasil que brilha para o mundo que essa preta amazônida é um orgulho para o Presidente Lula, que sempre se refere à ela com carinho e não se cansa de citar em seus discursos que tem uma guerreira em seu governo. Ou seja, Carmen Foro é uma mulher necessária que inspira outras mulheres, como ela, para que se espalhem nas políticas públicas do país.
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Leticia Rio Branco
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