A confiança da indústria brasileira exibiu um comportamento moderado no primeiro semestre de 2024, conforme indicado pelo recente relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de junho, que encerra a primeira metade do ano, revela uma trajetória de pequenas oscilações, mantendo-se, no entanto, acima da linha dos 50 pontos – o limiar entre confiança e desconfiança.
De acordo com a Associação de Indústrias do Rio de Janeiro, embora o ICEI tenha registrado um ligeiro recuo de 0,8 ponto em junho, descendo de 52,2 para 51,4 pontos, a percepção das condições atuais da economia brasileira e das empresas diminui ainda mais. O Índice de Condições Atuais caiu de 47 para 46,2 pontos, sugerindo uma visão mais negativa em relação aos últimos seis meses.
É importante notar que, apesar de se manter acima da linha divisória, a confiança da indústria neste início de ano está abaixo da média histórica de 54 pontos e inferior aos níveis observados em junho de anos anteriores, como 2021 (61,7 pontos) e 2022 (57,8 pontos).
No entanto, para Sérgio Duarte, presidente da Rio Indústria, há motivos para otimismo, especialmente no contexto regional. A atividade industrial brasileira cresceu 3,5% no primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a abril) e apresentou um impressionante aumento de 8,4% na comparação com abril do ano passado, conforme os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional do IBGE. Destaca-se que o Rio de Janeiro, uma das principais potências industriais do país, registrou um crescimento de 4,4%.
Adicionalmente, a PIM Regional de abril mostrou que o Rio de Janeiro teve um crescimento acumulado de 5,5% no período de janeiro a abril de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. “Esses números indicam uma recuperação industrial robusta na região, o que pode servir de alento para os empresários locais e incentivar ainda mais investimentos no estado”, diz Sérgio.
De acordo com a Associação, o desempenho positivo do Rio de Janeiro reflete uma combinação de fatores, incluindo políticas locais de incentivo à indústria, melhorias na infraestrutura e um ambiente de negócios mais favorável. “Apesar das oscilações no índice de confiança, os resultados regionais demonstram a resiliência e a capacidade de adaptação da indústria fluminense”, comenta Sérgio Duarte.
Em suma, enquanto a confiança da indústria a nível nacional permanece cautelosa, o desempenho sólido do Rio de Janeiro proporciona uma perspectiva encorajadora. Este crescimento regional robusto pode ser um indicativo de uma recuperação mais ampla e sustentada no cenário industrial brasileiro nos próximos meses.
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JULIANA COSTA DOS SANTOS
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