Segundo o Conselho Brasileiros de Oftalmologia (CBO), a cada 100 mil pessoas no mundo, de 4 a 600 desenvolvem ceratocone, uma doença degenerativa que causa uma alteração no formato e espessura da córnea. “Idealmente a córnea deve apresentar uma característica mais “arredondada” e regular para que a luz adentre os nossos olhos de maneira organizada e nos traga boa visão. No portador de ceratocone a córnea apresenta um formato prolado, que gera irregularidade na entrada da luz aos olhos, o que traz o embaçamento visual”, explica Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em córnea.
De acordo com o oftalmologista, as manifestações iniciais são sutis – coceira ocular e grau de miopia e astigmatismo elevados –, e podem ser prescritos óculos sem que seja dada a devida atenção aos sinais da doença. “Muitas vezes o ceratocone é diagnosticado em um momento tardio, quando muitas sequelas já estão instauradas. O momento correto da detecção é fundamental para que possamos estabilizar a doença o quanto antes, por isso é fundamental manter consultas regulares”, alerta.
O ceratocone exige diferentes modalidades de tratamento de acordo com o tipo de irregularidade induzida em cada olho afetado. “Diante de um diagnóstico em menores de 18 anos ou da detecção de doença em progressão, é indicado o crosslinking. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva, com o intuito de estabilizar a doença”, informa.
Para casos leves e moderados, Leonardo Coelho Gontijo explica que existem lentes de contato especiais, que se apoiam na esclera ou na córnea, e para níveis leves ou moderados, podem ser indicados o implante de anel intracorneano. “Somente em casos severos o transplante de córnea pode ser uma alternativa, mas ele tem sido empregado cada vez menos e como última opção, quando nenhuma das técnicas anteriores solucionaram o problema”, finaliza.
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Aline Beatriz Batista Lourenço
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